Autor do projeto de decreto legislativo nº0068/2023, que concedeu o título de cidadã ferrazense a voluntária e moradora antiga na região da Vila Santa Margarida Zildener Souza Silva, a dona Cotinha (centro), o vereador Antônio Carlos Alves Correia (Republicanos), o Tonho, entregou simbolicamente a placa da principal honraria do município no seu gabinete na Câmara Municipal na quarta-feira, dia 28. O tributo é um reconhecimento aos relevantes serviços prestados pela homenageada à sociedade local.
Natural do Maranhão, no nordeste brasileiro, a dona Cotinha, de 68 anos, é uma daquelas pessoas que veio ao mundo simplesmente para fazer bem ao seu próximo. Afinal de contas, durante cerca de seis décadas em que mora no Jardim São Fernando, na região da Vila Santa Margarida, nunca negou um pedido de ajuda para quem quer que seja. “De fato, a dona Cotinha é um ser humano extraordinário e dedica a sua vida para fazer o bem do seu semelhante. Por isso, tenho um enorme carinho por ela”, relatou Tonho.
Abnegada, a dona Cotinha começou, de início, acolhendo uma cunhada, que, como a maioria dos retirantes nordestinos, não tinha um teto para morar. No fundo, a voluntária então cedeu um terreno que tinha adquirido para que a esposa do seu irmão pudesse construir e ficar lá no imóvel até conseguir algo melhor para tocar a vida. Na época, discreta, a dona Cotinha pediu segredo do irmão, já que o marido não queria residir em Ferraz de Vasconcelos.
Em contrapartida, após a construção da casa da cunhada, o marido da dona Cotinha passou a gostar do local e, a partir daquele momento, ela resolveu revelar a verdade sobre o terreno. Na ocasião, o esposo ficou alegre e começou a ajudar no pagamento do imóvel. Na oportunidade, construíram a tão sonhada casa própria. No lar, tiveram três filhos: Luiz Fernando (falecido), Eliane e Kátia. Antes, a dona Cotinha morava de aluguel, carregou muita água na cabeça e depois foi residir com um irmão nos fundos da casa dele. O espaço cedido na Rua dos Ipês possuía apenas dois cômodos.
Missionária
Evangélica, por sua vez, dona Cotinha sempre ia a chácaras e montes na região do Alto Tietê para orar e pregar a Palavra Sagrada a outras pessoas. Em compensação, em outros momentos, o seu marido saía à noite para procurar a esposa que costumava sair de casa para evangelizar. Na época, não existia energia elétrica e, portanto, era tudo às escuras nas ruas do bairro. Em razão disso, por diversas vezes, fora abordada pela polícia para saber o que fazia tão tarde da noite nas vias públicas do bairro.
Por sua atitude generosa, a dona Cotinha recebeu, carinhosamente, o apelido de “Madre Tereza de Calcutá da Vila Margarida, em referência a religiosa naturalizada indiana. Aliás, ainda, hoje, a munícipe ajuda pessoas em situação de pobreza, isto é, vive doando alimentos, roupas, remédios, entre outros, donativos. “Em suma, a dona Cotinha é uma luz na vida de várias pessoas, sobretudo, na região da Vila Santa Margarida”, concluiu Tonho. Ela agradeceu o título de cidadã ferrazense.
Por Pedro Ferreira, em 29/02/2024.