Regional tenta fechar parceria para atenuar a pediatria

Com o atendimento de urgência sobrecarregado, já que mais de 70% dos usuários deveriam procurar socorro na rede básica de saúde de Ferraz de Vasconcelos, o Hospital Regional Dr. Osíris Florindo Coelho, na Vila Corrêa, busca firmar uma parceria com a Prefeitura da cidade para desafogar, sobretudo, o setor pediátrico. O assunto vem sendo tratado desde ano passado, porém, a atual gestão também não sinalizou interesse ainda em fechar o acordo. O tema foi tratado em reunião entre o diretor técnico Vanderlei de Almeida Rosa (1º dir) e os vereadores Claudio Roberto Squizato (PSB), Hodirlei Pereira Martins (PPS), o Mineiro e José Aparecido Nascimento (PT), o Aparecido Marabraz nesta quarta-feira, dia 5.

Pela proposta, a municipalidade escolheria um posto de saúde, de preferência, situado na região da cidade para atender crianças das 7h às 19h, de segunda à sexta-feira. Para tanto, precisaria dispor de apenas dois profissionais fixos. Em contrapartida, o Regional ficaria responsável pelo atendimento noturno, aos finais de semana e feriados. Segundo o diretor técnico, hoje, a unidade possui equipe pediátrica para fazer somente o acompanhamento interno e, portanto, o Hospital não tem a obrigação de efetuar o atendimento básico, ou seja, de crianças, por exemplo, acometidas de uma febre ou gripe. “Na verdade, o Hospital estar preparado para receber pacientes graves e não pessoas resfriadas”, salienta Vanderlei Rosa (foto). Por dia, somente no pronto-socorro são mais de 500 usuários atendidos.

Aliás, o Regional é, na atualidade, uma referência no Alto Tietê no atendimento de média e alta complexidade, principalmente, em traumatologia. Por isso, a unidade quer ampliar o número de neurocirurgiões. Para facilitar o socorro, o lugar dispõe inclusive de um heliporto. Já para manter o Hospital, o governo estadual gasta por ano R$100 milhões, todavia, 70% desse orçamento são aplicados em folha de pagamento de pessoal. Além de enfrentar problemas relacionados à ala de pediatria por trabalhar no limite, a unidade corre o sério risco de acabar com alguns leitos por falta de enfermeiros. A deficiência desse tipo de profissional agravou-se ainda mais depois que o governo estadual congelou a contratação de candidatos já aprovados em concurso público. Por isso, a direção pede o apoio político de autoridades locais e regionais para pressionar o Palácio dos Bandeirantes a abrir uma exceção.

Em compensação, a diretoria planeja reabrir o setor psiquiátrico desativado há três anos, justamente, por falta de dinheiro para bancar uma reforma na sua estrutura física porque a atual encontra-se inadequada. No momento, os pacientes com perturbação mental são acolhidos na ala coletiva, o que contribui para aumentar a insegurança no cotidiano do Regional. A propósito, a direção denuncia atos de agressão física e verbal a seus funcionários em geral. A solução seria a presença mais constante de uma viatura da Polícia Militar nas dependências e nas redondezas para intimar potenciais malfeitores. As carências do Hospital serão levadas, em breve, ao governador, Geraldo Alckmin (PSDB) para as devidas providências. O diretor também estar disposto a comparecer a Câmara Municipal para expor a situação. Para os vereadores (foto), a Casa se coloca à disposição para ajudar no que for possível.

Por Pedro Ferreira, em 05/04/2017.