Após perder o seu único galpão onde funcionava até pouco tempo num vale recém-aterrado, no Jardim São João, em Ferraz de Vasconcelos, onde, hoje, está sendo construído o prédio da Faculdade Tecnologia de São Paulo (Fatec), catadores de materiais recicláveis locais tentam agora seguir em frente, ou seja, continuar recolhendo embalagem longa vida, papel branco e plástico. Para tanto, apoiados pelo vereador (2º esq) Aurélio Costa de Oliveira (PPS), o Aurélio Alegrete, os trabalhadores participaram de uma reunião explicativa, nesta quarta-feira, dia 07, na Câmara Municipal, no centro. Presente, o dono da Cordeiro Fios e Cabos, na Vila Santo Antonio, Luiz Cordeiro também está solidário a luta da categoria.
Na ocasião, a convite do ex-secretário municipal do Verde e Meio Ambiente e parceiro de Aurélio Alegrete, o professor José Valverde Machado Filho, a analista de projetos socioambientais da Organização Não-Governamental (ONG) Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre), fundada, em 1992, na capital paulista, Aline França Paschoalino ministrou palestra sobre a importância do papel desempenhado por cooperativas de trabalhadores e sua contribuição para promover a preservação da natureza em geral. Focada na educação ambiental, segundo ela, a entidade conta com mais de 40 associados, apoiando mais de 140 cooperativas e está presente em 20 estados brasileiros.
A especialista se colocou à disposição para colaborar com o pessoal da antiga Cooperativa de Materiais Recicláveis de Ferraz de Vasconcelos (Cofemar) e, com isso, fornecer a orientação necessária para que os catadores possam, novamente, formar uma entidade sem fins lucrativos e, ao mesmo tempo, ter um meio de vida para sustentar a sua família. Para Aline Paschoalino, no início, trata-se de um trabalho voluntário que exige a participação de todos os atores para depois começar a tirar a própria sobrevivência. Em relação à futura sede da cooperativa ser criada, a analista disse que a municipalidade poderia inclusive alugar um galpão ou até mesmo ceder em regime de comodato um espaço.
Otimista, Aurélio Alegrete adiantou que a associação poderá funcionar num terreno medindo mais de 16 mil metros quadrados, próximo a Fundação Casa, na região do Cambiri, já que, no local, está prevista a implantação de um polo de desenvolvimento econômico sustentável já aprovado pelo Legislativo. Além disso, o vereador disse que uma iniciativa de sua autoria que é a lei da Política Municipal de Resíduos Sólidos também representa uma ferramenta importante para proporcionar meios práticos para facilitar a vida dos catadores de materiais recicláveis. O parlamentar luta ainda pela instalação de ecopontos em bairros e pela efetivação da coletiva seletiva. Enfim, ele coloca-se como um interlocutor entre esses operários e a municipalidade. O professor José Valverde (1º dir) também prestigiou a reunião.
Por Pedro Ferreira.