CEI do Samu conclui interrogatórios de testemunhas

Ao fundo, presidente da CEI do Samu, Roberto de Souza conversa com membrosCom o depoimento da tesoureira da Prefeitura Municipal de Ferraz de Vasconcelos, Maria Eulália Peres, a Lala, na manhã desta terça-feira, dia 13, a Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Câmara Municipal (foto) finalizou a etapa de interrogatórios de testemunhas do escândalo dos dedos de silicone envolvendo servidores, notadamente, médicos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Aberta, em 12 de março do ano passado, a comissão ouviu 24 pessoas ligadas direta ou indiretamente ao caso. O esquema havia sido descoberto dois dias antes por guardas civis municipais e teve repercussão nacional e internacional.

Citada pela então enfermeira do órgão, Paula Alessandra Soares de Brito em sua oitiva, em 2013, como a responsável pela liberação de cheques nominais da municipalidade em forma de adiantamentos mensais no valor médio de até R$5 mil, sobretudo, para o principal pivô do suposto esquema, o ex-coordenador, Jorge Luiz Cury, a tesoureira disse que é um procedimento normal e, portanto, não existe nenhuma irregularidade, tendo em vista, ocorrer à prestação de contas por meio da apresentação de notas fiscais e de relatórios sobre os serviços contratados. Segundo Lala, o dinheiro era usado para pagar a manutenção de viaturas e no custeio do Samu.

Demonstrando tranquilidade e, ao mesmo tempo, disposta a colaborar com o trabalho de apuração da CEI do Samu, a tesoureira mostrou cópias aleatórias de notas fiscais de serviços prestados extraídas da prestação de contas, em 31 de outubro de 2012 e no dia 30 de abril do ano passado. “Na realidade, o pessoal do Samu prestavam e continuam prestando contas de maneira regular, conforme manda a legislação”, explica Lala. Para o presidente da comissão, vereador Roberto Antunes de Souza (PMDB), os esclarecimentos da depoente tiraram as dúvidas pendentes e a partir de agora, a investigação está focada na analise dos sigilos bancários e fiscais de Jorge Cury e da médica, Thauane Nunes Ferreira, peça-chave da apuração.

Presidente da CEI do Samu, Roberto de Souza diz que apuração está na fase finalAlém disso, a CEI do Samu vai esperar o envio de cópias das oitivas de Jorge Cury e de sua filha, Aline Monteiro pela Delegacia Seccional de Mogi das Cruzes requisitadas na última sexta-feira, dia 09. Na prática, a dupla ignorou as convocações da comissão e preferiu manifestar-se apenas a autoridade policial e ao Ministério Público (MP). Em data oportuna, Roberto de Souza (foto) deverá marcar uma nova reunião para tratar do início do relatório final. Segundo ele, o ciclo da investigação está fechando-se e tudo que a comissão quer é constatar a verdade dos fatos e depois recomendar as medidas cabíveis aos órgãos competentes. Em tese, os implicados no escândalo dos dedos de silicone podem ser responsabilizados na justiça por crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica, peculato quando o agente público apropria-se de recurso do erário e malversação da verba pública, entre outros.

Por Pedro Ferreira.