Vereador questiona número de pacientes na lista de espera na Saúde Mental

Depois de receber no seu gabinete inúmeras reclamações de familiares de pacientes e ter visitado pessoalmente o Ambulatório de Saúde Mental situado nas dependências da Unidade Básica de Saúde (UBS), na Vila Santo Antônio, o vereador Claudio Ramos Moreira (PT) questionou o governo municipal sobre o número exato de usuários que aguardam atendimento na fila de espera no local. O pedido de informação foi aprovado em única discussão na sessão ordinária desta terça-feira, dia 08.

No requerimento, o petista (foto) quer saber também se existem estudos objetivando a contratação de mais profissionais, ou seja, de mais psiquiatras infantis para aumentar a oferta no atendimento da rede pública local. Hoje, os pacientes que necessitam de orientação técnica para recuperar a sua saúde mental dispõe de apenas um especialista para suprir toda a demanda existente. Além disso, para agravar ainda mais essa situação, a consulta acontece somente uma vez por semana e com um limite de 20 usuários.

Para Claudio Ramos, um dos segmentos mais prejudicados com essa limitação no atendimento no sistema de saúde mental municipal é o das pessoas que possuem o Transtorno de Espectro Autista (TEA). Com isso, as famílias e seus entes queridos vivem um verdadeiro drama diário, já que não conseguem ter a sua disposição um acompanhamento profissional para minimizar os impactos do distúrbio. Aliás, pelo último censo demográfico, Ferraz tem 1.835 autistas com laudos.

Em contrapartida, segundo pessoas que lidam com o assunto na cidade, o número de autistas pode superar facilmente a dois mil munícipes, tendo em vista, que muitas famílias sequer sabem que os seus filhos padecem do distúrbio. Portanto, esse quadro exige cada vez mais e com urgência a adoção de política públicas municipais para oferecer o mínimo de dignidade ao setor. “Em suma, o poder público local precisa se movimentar para atender, de fato, a demanda reprimida que chama bastante a atenção”, diz Claudio.

                                                       Nova epidemia

Após suportar o período da pandemia da Covid-19, que já matou mais de 700 mil brasileiros, o país vive agora uma crise na saúde mental da população sem precedentes. De acordo com a Comissão Nacional de Enfermagem em Saúde Mental (Conasem), órgão ligado ao Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), nos últimos anos, aumentaram de forma assustadora os transtornos de ansiedade e de depressão. Com isso, a entidade acredita que o Brasil passou a conviver com uma crise sanitária de saúde mental.

Por Pedro Ferreira, em 08/08/2023.