Na vida pública, todo o governante que se preza procura respeitar sempre à crítica da oposição e, principalmente, agir com lealdade com integrantes de sua base aliada, porém, essa prática política tão elementar no cotidiano parece que não está sendo levado em consideração pelo prefeito municipal de Ferraz de Vasconcelos, Acir dos Santos (PSDB), o Filló. Uma prova cabal dessa relação para lá de conturbada pode ser interpretada no discurso sintomático do vereador (foto) Roberto Antunes de Souza (PMDB), na sessão ordinária, na segunda-feira, dia 28. Decidido, o parlamentar costuma ser fiel ao que acredita e pratica.
O principal estopim do desabafo em forma de alerta do peemedebista detentor de quatro mandatos eletivos foi a recente publicação de duas notas na coluna Bastidores de um jornal diário regional, respectivamente, nos dias 17e 22 de abril, retratando a possível fusão da Secretaria Municipal da Administração com a da Fazenda e, sobretudo, o último texto garantindo o fim, de fato, da pasta da Administração, o que, na prática, resultaria na saída do governo do titular, Arnaldo Antunes de Souza, irmão de Roberto. Ocorre que para adotar essa providência, o chefe do Poder Executivo teria primeiro que tratar o delicado assunto com o grupo político liderado pelo vereador. Roberto de Souza também não poupou críticas ao periódico responsável pelas fofocas.
Afinal, de acordo com o autor do crítico pronunciamento, na época da campanha eleitoral, em 2012, o então candidato a prefeito o procurou em sua casa na região central da cidade o convidou para em caso de vitória como, de concreto, aconteceu a fazer parte de sua administração. Para tanto, Acir Filló deu total liberdade para o também postulante a vereador indicasse o ocupante da Secretaria Municipal da Administração. Por tratar-se de um cargo de livre nomeação, de primeiro escalão e, portanto, não havendo nenhum impedimento em relação ao nepotismo e, ao mesmo tempo, tomando por base a experiência adquirida ao longo de 35 anos dedicado à iniciativa privada, aliado a sua ética, formação universitária e notória competência, Roberto de Souza sugeriu o seu parente.
Na Tribuna, Roberto de Souza foi taxativo: “Não sou vereador do prefeito; não tirei o meu irmão da sarjeta, tenho mandato até 2016 se Deus quiser. Enfim, possuo uma vida ilibada”, disparou. O colega e também membro da base governista (foto) Marcos Antonio Castelo (SDD), o Ratinho, também criticou a atual postura política do prefeito municipal, no tocante, aos parlamentares. Para ele, o prefeito precisa, urgentemente, repensar a sua estratégia de atendimento ao pleito de vereadores, que, são os verdadeiros representantes do povo. “Eu e o meu amigo Roberto de Souza ainda fazemos parte do governo local, contudo, não concordamos com eventuais coisas erradas e muito menos com a falta de cumprimento de acordos em prol do povo, assim como, o restante da Casa”, conclui Ratinho. Com essa divergência pública de aliados, resta a Filló tratar de recompor logo o seu grupo de sustentação na Câmara Municipal.
Por Pedro Ferreira.