Prefeitura admite fazer concurso público para professor

Para reduzir o déficit de professores, a Prefeitura de Ferraz de Vasconcelos estuda fazer um concurso público possivelmente no ano que vem, porém, para colocar em prática a medida, a administração da cidade terá de diminuir os gastos com a folha de pagamento dos servidores em geral, hoje, na casa de 52%, ou seja, próximo do teto máximo de 54%. Até maio deste ano, 57% da receita local estavam comprometidos com a despesa de pessoal. O anúncio do viável concurso público foi feito pela titular da pasta da Educação, Valéria Eloy da Silva Kovac, na reunião para tratar de reivindicações de educadores (foto), na quarta-feira, dia 18, na Câmara Municipal, no centro.

No encontro tenso que durou mais de 4h, a secretária prometeu que vai fazer um levantamento para verificar o número exato da carência de professores da cidade a ser apresentada na futura reunião sobre a pauta da categoria, na próxima quarta-feira, dia 25, às 14h, no Palácio da Uva Itália. O último concurso aconteceu, em 2010. Num passado recente, a rede municipal de ensino tinha mais de 1,1 mil educadores. Como alternativa para enfrentar o problema do déficit de professores, a municipalidade quer baixar de 1.200 para 1.040 aulas da grade curricular do ensino fundamental II, em 2018. Além disso, a Secretaria da Educação pretende tornar variável o pagamento da carga horária suplementar de educadores.

Esses dois últimos itens fazem parte da continuação da pauta a ser discutida na semana que vem. Na audiência, que deverá contar com a presença de vereadores, de uma comissão de professores (foto) e do secretário da Administração, Decio Martins Dias, será abordada ainda a divisão do gozo de férias em janeiro e julho, a incorporação de função gratificada no salário, o enquadramento de profissionais pós-graduados no plano de carreira da categoria, a ampliação da carga horária de 20 para 30h de professor-adjunto e a correção salarial anual, em 2018. Na Câmara, Valéria Kovac desmentiu boatos de que estaria pensando em retirar o bônus assiduidade de 10% e a licença-prêmio.

Presente na audiência, a presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel (1ª esq) pediu respeito a luta dos educadores locais. Por sua vez, Valéria Kovac (2ª dir) rebateu que a administração não quer prejudicar a categoria e, sim, tratar o professor como parceiro, assim como, faz com o aluno. Já o presidente dos Servidores Públicos de Ferraz de Vasconcelos (Sindser-FV), Nélson Pereira Ferraz garantiu que a entidade está tenta ao assunto. Por fim, o presidente do Legislativo, Flavio Batista de Souza (PTB), o Inha (centro) disse que a Casa apoia o pacote de reivindicações dos professores e, por isso, tenta intermediar uma saída para o impasse.

Por Pedro Ferreira, em 19/10/2017.