Pela quarta vez consecutiva, o ex-coordenador do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Ferraz de Vasconcelos, Jorge Luiz Cury, não compareceu para depor à Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Câmara Municipal (foto) que apura o escândalo dos dedos de silicone. Intimado na última segunda-feira, dia 11, o médico era esperado a prestar a sua versão sobre o caso, na manhã desta quarta-feira, dia 13, mas, simplesmente, ignorou a convocação.
Como a oitiva estava marcada para ocorrer, às 11h, a comissão optou por aguardar 15 minutos, no entanto, em razão da ausência do profissional implicado e tido como principal mentor do suposto esquema da fraude no sistema de marcação de ponto eletrônico do Samu local até março deste ano, os membros elaboraram uma ata relatando a recusa de Jorge Cury. Por sua vez, juridicamente, não tenho como a comissão obrigá-lo a prestar esclarecimentos.
Além dele, a filha e médica Aline Monteiro também apesar de notificada por três vezes esquivou-se, anteriormente, a depor. No total, os membros da CEI do Samu ouviram cinco médicos, 13 funcionários do órgão, três do Departamento de Recursos Humanos (DRH) da Prefeitura Municipal e dois do RH da Secretaria Municipal da Saúde. Paralelamente, a comissão está analisando os dados dos sigilos bancários e telefônicos dos médicos, Jorge Cury e Thaune Nunes Ferreira.
Após mais de oito meses de apuração, o vereador Roberto Antunes de Souza (PMDB) que preside os trabalhos afirmou que há indícios fortes de fraude praticados pelos envolvidos. Por isso, a comissão está fazendo uma investigação séria para produzir o seu relatório e depois recomendar às providências cabíveis as autoridades competentes. “A nossa apuração não está preocupada com o tempo e, sim, com a busca da verdade dos fatos”, disse. Roberto de Souza acrescentou ainda que o Poder Judiciário tem colaborado com todo o processo em curso.
Esclarecimento
Mesmo já tendo prestado depoimento a CEI do Samu, em maio, a enfermeira intervencionista, Paula Alessandra Soares de Britto, está sendo convocada para comparecer na próxima terça-feira, dia 19, às 9h30. Para Roberto de Souza, a oitiva dela se faz necessário por causa do surgimento de fatos até então desconhecidos dos integrantes da comissão. “Na verdade, apareceu uma novidade no trabalho de investigação e queremos tirar as devidas dúvidas para aprofundarmos a nossa apuração”, conclui Roberto de Souza.
Por Pedro Ferreira.