Com a experiência de ter trabalhado no Metrô na década de 90, o vereador Flávio Batista de Souza (Podemos), o Inha, acredita que o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), deveria repensar o processo de privatização da empresa, ou seja, avaliar um pouco mais as consequências da venda da companhia que é um modelo no país e até mesmo no planeta para o setor privado. Segundo ele, o Palácio dos Bandeirantes não precisa ter pressa para fechar o negócio.
Para ele (foto), o governador poderia, por exemplo, deixar passar a disputa eleitoral no ano que vem para eleger prefeitos e vereadores para levar adiante à privatização não apenas do Metrô, como também da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), esse último o mais avançado. Aliás, foi justamente a desestatização das três empresas estatais que motivou a paralisação geral na terça-feira, dia 3.
Além disso, Inha alertou que o governo paulista não pode levar em conta o modelo de concessão usado pelo Estado do Rio de Janeiro, onde vendeu para a iniciativa privada o sistema de transportes que inclui o Metrô, os trens metropolitanos, em 1998, e a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), em 2021. “De fato, são situações diferentes, no Rio, as empresas estavam sucateadas antes da privatização, ao contrário das de São Paulo. As paulistas têm a expertise necessária”, diz.
Hoje, o bilhete do Metrô carioca de R$6,90 é o mais caro no país, contra R$4,40, em São Paulo. No Rio de Janeiro, a extensão da malha deste tipo de modal é de 54,4 km. Em contrapartida, o modelo paulista possui 104,4 km. Além disso, o cliente fluminense está pagando mais caro pela tarifa de água, principalmente, depois da concessão da Cedae para o setor privado. Por outro lado, o Palácio dos Bandeirantes sonha em privatizar a Sabesp até o final de 2023.
Por Pedro Ferreira, em 04/10/2023.