A burocracia é uma característica em geral sempre associada ao serviço público e parece que essa prática ineficiente é uma tônica corriqueira de técnicos da Caixa Econômica Federal (CEF), da Superintendência da Zona Leste, de São Paulo, já que os especialistas da renomada instituição financeira não dão o sinal verde, ou seja, não liberam uma verba de R$2 milhões do Ministério dos Esportes para a Prefeitura de Ferraz de Vasconcelos. O problema se arrasta desde 2018.
Por isso, o ex-presidente da Câmara Municipal, vereador Flávio Batista de Souza (Podemos), o Inha (foto), usou a tribuna da Casa na última sessão ordinária, na terça-feira, dia 25, para criticar essa inexplicável demora dos profissionais da CEF em autorizar o repasse do dinheiro federal para a cidade. Na prática, o dinheiro destina-se às obras de revitalização incluindo a colocação de grama sintética no Estádio Municipal Prefeito Angelo Castello, no Raspadão, e no campo Lairton Dantas Pessoa, o Primo Ceará, no Jardim Castelo.
De acordo com Inha, como agente financiador dos R$2 milhões, a CEF não ajuda e, com isso, só prejudica o desporto amador local tendo em vista, que, por exemplo, o campo (foto) situado na região da Vila Santo Antônio encontra-se interditado desde 2020 quando, na época, o governo municipal acreditando na liberação da verba iniciou os serviços de manutenção, porém, sem o recurso acabou sendo obrigado a paralisar os trabalhos. Na ocasião, Ferraz investiu R$600 mil nas obras de revitalização.
“Primeiro, os burocratas da CEF apontaram que a Prefeitura Municipal não publicou a licitação no Diário Oficial da União (DOU), o que foi corrigido pela municipalidade. Agora, os especialistas do banco vivem relatando entraves um atrás do outro como é o caso de exigir o chamado encontro de contas, isto é, Ferraz precisa sanar o convênio envolvendo a verba liberada em 2011 pela União para a construção das 188 casinhas, na Vila São Paulo. Enfim, condicionam tudo e não resolvem nada”, diz Inha.
Para ele, o pessoal da CEF não evolui e continua agindo de maneira burocrática prejudicando assim os interesses locais. Recentemente, Inha esteve no Ministério dos Esportes em Brasília, porém, o órgão federal já fez a parte ao liberar a verba de R$2 milhões fruto de uma emenda parlamentar do deputado federal Nilto Tatto (PT-SP). Irritado com essa postura intransigente dos especialistas da instituição financeira, o vereador estuda inclusive apresentar uma moção de repúdio.
Olho no olho
Há poucos dias ocorreu uma audiência virtual entre profissionais da CEF e da Prefeitura Municipal, no entanto, o impasse permanece. “Na verdade, esse modelo de reunião não serve para nada e apenas atrasa ainda mais uma solução para o problema que parece insanável”, desabafou Inha. A chateação é compartilhada pelo colega, Osni Angelo Pasquarelli (PDT), o Ni. “Por morar perto do campo do Raspadão, sou cobrado todos os dias por desportistas locais, mas me sinto impotente. Não tenho resposta”, concluiu Ni (foto).
Por Pedro Ferreira, em 28/04/2023.