O foco principal de sua fiscalização regional no Alto Tietê, no momento, é a questão da rede coletora de esgoto, mas a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) foi acionada pela Prefeitura de Ferraz de Vasconcelos para tentar resolver o impasse entre a municipalidade e a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) em relação de quem a responsabilidade pela recuperação da malha viária de um trecho da Avenida Maria Caetano de Abreu, no Cambiri. Na quarta-feira, dia 10, uma comitiva do Executivo, da empresa, da Arsesp e de vereadores (foto) visitou a via pública que encontra-se quase intransitável.
Na realidade, o jogo de empurra-empurra sobre o conserto do asfalto da Avenida Maria Caetano de Abreu acontece porque a administração da cidade quer atribuir a Sabesp a culpa, já que a concessionária possui uma adutora próxima daquela via pública e a existência de um possível vazamento agravado ainda com o visível furto de água por sitiantes poderia estar causando infiltração no solo e contribuindo para esfarelar a pavimentação do local. Por sua vez, a Sabesp garante que o seu setor técnico já vistoriou a adutora e não constatara nenhum desperdício de água por vazamento. Para a empresa, a infiltração é oriunda do próprio lençol freático.
Em compensação, o secretário municipal de Obras Públicas Antônio Carlos dos Santos Ferreira, o Carlinhos rebate essa versão e insiste na premissa de que o asfalto ruiu por conta da permanente quantidade de água nas galerias laterais, aliás, boa parte delas já destruídas da Avenida Maria Caetano de Abreu originária de um suposto vazamento e não ao tráfego de veículos. Em todo caso, não obstante a peleja entre a Prefeitura de Ferraz e a Sabesp, o representante da Arsesp Rogério Reis (dir) prometeu fazer um relatório da situação expondo o ponto de vista técnico do órgão. Na ocasião, o agente fiscalizador estava acompanhado do colega Luiz Massuo Iwata.
Por outro lado, o reparo do asfalto (foto) na Avenida Maria Caetano de Abreu deverá ser feito, em breve, possivelmente, pela própria Prefeitura de Ferraz, contudo, a falta regular de água e da rede de esgoto na região do Cambiri passa ainda pelo fechamento de um acordo legal entre a administração da cidade e o Judiciário tendo em vista que o bairro é uma Área de Proteção Permanente (APP), o que impede a Sabesp de fazer as obras. Portanto, sem essa regularização, os sitiantes vão continuar sendo abastecidos por poços artesianos ou usando água clandestina da concessionária. Já a buraqueira na Avenida tem despertado o interesse, sobretudo, do vereador Ananias Coelho Neto (PSL), o Neto Cambiri. Ele vive cobrando, no mínimo, medidas paliativas.
Por Pedro Ferreira, em 11/05/2017.