Fabinho quer a volta de alunos do EJA para CEU Cidade Kemel

Com a transferência de 29 alunos do Ensino de Jovens e Adultos (EJA) do período noturno até o ano letivo passado numa sala improvisada na biblioteca do Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU), na Cidade Kemel, este ano, para a Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Halim Abissamra, na Vila Arbame, em Ferraz de Vasconcelos, muitos deles estão desistindo dos estudos. A notícia preocupante foi dada pelo vereador Luiz Fabio Alves da Silva (MDB), o Fabinho (foto), na sessão ordinária, na segunda-feira, dia 26. Antes, o Polo do EJA no CEU Cidade Kemel atendia na Emef Dr. Joracy Cruz, na Margarida.

Para ele, trata-se de uma medida equivocada da Secretaria Municipal da Educação. Ainda, de acordo com Fabinho, a maioria dos alunos que assistia aulas no CEU Cidade Kemel reside no próprio bairro, no Jardim São Lázaro e na Vila Jurema, na região da Vila Santa Margarida. Na verdade, a crítica de Fabinho é que antes os estudantes moravam perto da sala improvisada, onde cursavam o supletivo do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental e agora são obrigados a irem até a Vila Arbame há mais de dois quilômetros de distância. O perigo aumenta, sobretudo, por ser no período noturno.

Além disso, Fabinho aponta outra dificuldade enfrentada no dia a dia pela turma de alunos que é o fato dela precisar pegar ônibus para ir e vice-versa. Com isso, a maior parte desses estudantes, acima de 15 anos, não tem dinheiro suficiente para bancar a tarifa de R$4,10 cada. “São donas de casas e trabalhadores que não puderam estudar quando eram novos interessados em concluir pelo menos o ensino fundamental, porém, por conta dessa decisão descabida da pasta da Educação podem abandonar as aulas”, lamenta Fabinho.  Por isso, ele quer a volta do Polo para o CEU Cidade Kemel.

Questionada sobre a mudança dos alunos, a secretária municipal da Educação, professora Valéria Eloy da Silva Kovac (foto) informou que decidiu adotar a alteração do local por dois motivos básicos: a falta de professor e, principalmente, pela demanda pequena de estudantes. Além disso, ela acrescentou que o CEU é um instituto federal e, portanto, nada impede que uma Organização Não-Governamental (ONG) faça parceria para criar um polo do EJA. “Hoje, como temos um déficit de professores, a nossa prioridade está sendo atender as creches e os ensinos infantil e fundamental”, salienta.

                                                                                                Concurso público

Mesmo assim, a secretária deixa claro que não menospreza o EJA que continua sendo ministrado nas Emefs Prefeito Helmuth Hans Hermann Louis Baxmann, no Parque São Francisco, na Professor Ruy Coelho, no Jardim San Giovanni e na Halim Abissamra, na Vila Arbame. No total, estudam o EJA 382 alunos. No ano passado, a cidade dispunha de seis Polos. Para suprir a carência de docentes na rede municipal de ensino, a Educação planeja fazer um concurso público ainda este ano para preencher cargos vagos e substituir educadores contratados por processo seletivo. Em 2018, Ferraz dispõe de cerca de mil professores. Esse número foi determinante para a redução de aulas anuais de 1.200 para 1.040.

Por Pedro Ferreira, em 01/03/2018.