O presidente da Câmara Municipal de Ferraz de Vasconcelos, vereador (foto) Luiz Fábio Alves da Silva (PSDB), o Fabinho, criticou a saída de 12 médicos da Secretaria Municipal da Saúde nos últimos meses. Além disso, ele lamenta o fato de o povo reclamar de falhas no atendimento e da falta de remédios nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). O desabafo de Fabinho contra o que vem acontecendo na saúde local ocorreu durante a audiência pública para a prestação de contas do 3º quadrimestre do ano passado, nesta quinta-feira, dia 27, no legislativo.
Ainda, de acordo com ele, a falta de médicos nos postos de saúde municipais tem obrigado muitos moradores a chegarem de madrugada para, com isso, tentar agendar uma simples consulta médica nas primeiras horas do dia, o que, lamentavelmente, nem sempre o munícipe incluindo idosos obtém êxito na maioria das vezes. Ele citou como exemplo o que aconteceu com uma pessoa idosa que foi ao posto de saúde, no Jardim Luiz Mauro, porém, terminou sendo informada que não haveria médico para atendê-la na unidade naquele dia.
Para Fabinho, a ausência de profissionais e, ao mesmo tempo, de problemas no atendimento contribuem para diminuir a qualidade do serviço prestado a população ferrazense. “Como sempre estarei ao lado do nosso povo sofrido jamais concordarei com o tipo de atendimento oferecido, hoje, aos munícipes de um modo geral”, desabafa o presidente. Em seu ponto de vista, o servidor precisa trabalhar e, consequentemente, atender bem o cidadão que procura um posto de saúde. Por tudo isso, ele acredita que a saúde municipal nunca atingirá níveis de primeiro mundo.
O presidente destacou que caso o secretário municipal da Saúde, Luiz Antonio do Nascimento esteja encontrando alguma dificuldade para comandar a pasta tenha humildade e peça para sair do cargo. “A tropa é reflexo do comando. Respeito o secretário, mas, ele precisa visitar mais os postos de saúde e não apenas despachar na Secretaria Municipal da Saúde. Aliás, vou continuar cobrando a presença dele, pessoalmente, nos postos de saúde. Além disso, não entendi a saída de médicos. Enfim, da forma como está não dá”, opina Fabinho. Ele ressalta que a Câmara Municipal apoia o setor ao aprovar o orçamento de R$45,2 milhões para 2013, mesmo assim, a produção caiu no período.
Fabinho também aproveitou a oportunidade para expor a sua opinião, no tocante, ao total descaso em relação à falta de médicos e o péssimo atendimento no Hospital Regional Dr. Osíris Florindo Coelho, na Vila Corrêa. Para ele, a situação encontrada no Pronto-Socorro, isto é, na emergência e no setor de triagem é uma verdadeira barbárie contra a população local e regional. Ele atacou ainda o fechamento da maternidade que deverá permanecer por alguns meses. Em contrapartida, o morador ferrazense é obrigado a buscar socorro no Hospital Geral de Guaianases. “Nem o direito de nascer em nosso município estamos tendo, no momento”, dispara Fabinho.
Secretário
Por sua vez, o secretário municipal da Saúde (foto) Luiz Antonio do Nascimento disse que os 12 médicos pediram para sair da rede local por não aceitar com as novas diretrizes da pasta. Na prática, os profissionais não estavam atendendo, corretamente, e foram chamados para cumprir a carga horária, no entanto, acabaram optando por solicitar a demissão. “Na verdade, a maioria de nossos médicos compreendeu a determinação, todavia, aqueles que fingiam trabalhar não poderiam continuar na Prefeitura Municipal. Enfim, avaliamos que eles prestavam um desserviço aos nossos usuários”, comenta Luiz Antonio.
O secretário revelou ainda que alguns tinham mais de dois vínculos empregatícios o que é proibido por lei. Além disso, havia médico que além de não obedecer à carga horária, de dez, 20h e de 40h semanais recebiam 60 horas extras, o que era um absurdo. Por outro lado, com a chegada de quatro profissionais do Programa Mais Médicos e agora em março de mais cinco generalistas poderá atenuar o quadro. Para Luiz Antonio, na saúde deve-se prevalecer a qualidade e não a quantidade de procedimentos. O médico acrescentou também que o Brasil não prioriza a saúde e, por isso, fica cada vez mais distante do chamado primeiro mundo. Em 2013, o município investiu apenas R$34,1 milhões em saúde.
Por Pedro Ferreira.