Para o ex-prefeito de Guarulhos e atual conselheiro da Fundação Perseu Abramo, de São Paulo (fot0-1º dir) Elói Pietá (PT), o processo de reforma política em andamento no país foca-se apenas na questão da representação no Congresso Nacional, com reflexo nas Assembleias Legislativas e nas Câmaras Municipais, porém, o correto seria abranger ainda a estrutura do estado brasileiro como um todo. A afirmação foi dada no debate sobre o sistema político nacional feito pelo vereador ferrazense, Claudio Ramos Moreira (PT), na sexta-feira, dia 20, no Salão da Paróquia Nossa Senhora da Paz, no centro.
Por isso, de acordo com Elói Pietá, pensar que somente fazendo a reforma política tudo estaria resolvido é um grande equívoco. Afinal de contas, pode-se mudar o sistema de eleição, mas, a figura do estado atual vai continuar privilegiando a elite dominante. O ex-prefeito de Guarulhos e ex-deputado estadual também criticou a burocracia reinante na estrutura pública que acaba impedindo o avanço de eventuais modificações para aperfeiçoar o modelo de política brasileiro. Ele atacou ainda a enorme presença do Poder Judiciário no setor quando, na verdade, quem deve legislar é o Congresso Nacional.
No encontro, em sua maioria com a participação de militantes petistas (foto-abaixo), Elói Pietá discorreu um pouco a cerca dos assuntos que podem ser objetos da reforma política em curso, em Brasília, entre eles, a adoção da chamada cláusula de barreira que obrigaria os partidos a conseguirem um percentual mínimo para, com isso, poder alcançar cadeiras no Congresso Nacional e nas demais Casas, a lista fechada ou aberta, o fim da reeleição para presidente, governador e prefeito, do financiamento privado e a coincidência nas eleições. Além disso, os congressistas discutem também a paridade de homens e mulheres na disputa eleitoral.
Representando a Diocese de Mogi das Cruzes, padre José Eduardo Ferreira disse que a culpa de falhas na política nacional não é, necessariamente, por culpa da classe política, mas sim, do famoso “jeitinho brasileiro”. Para o pároco, a sociedade como um todo precisa lutar contra a política fisiológica. Ainda, segundo o padre, o político é fruto da própria sociedade, isto é, o povo também é responsável por tudo que acontece de ruim no modelo vigente no Brasil. O ideal, na visão do padre, seria a comunidade criar uma cultura de respeito à coisa pública. Já Claudio Ramos afirmou que a reforma política é muito importante e, portanto, necessita continuar sendo debatida pelo país afora. O evento reuniu representantes de mais de 15 entidades sociais locais.
Por Pedro Ferreira.