Por uma conveniência administrativa ou por descaso mesmo, a Secretaria de Estado da Saúde está optando por manter fechada a maternidade do Hospital Regional Dr. Osíris Florindo Coelho (foto), na Vila Corrêa, em Ferraz de Vasconcelos. A grave denúncia foi feita pelo vereador Willians Santos (PSB), o Willians do Gás, na tribuna da Câmara Municipal na sessão ordinária, na segunda-feira, dia 24. Para ele, a reforma física iniciada em janeiro deste ano já foi concluída, de acordo com informações de funcionários, porém, o titular da pasta, David Uip não decide quando irá reabrir o local para desalento da sociedade em geral.
Com o fim do atendimento para obras na única unidade neonatal, no município, a equipe médica e os equipamentos foram transferidos para o Hospital Geral, em Guaianases. Com isso, gestantes ferrazenses, praticamente, passaram a ter como único destino o bairro paulistano para poder ganhar seus filhos, o que representa um verdadeiro atentado à dignidade humana. Mesmo assim, apesar de todo esse desconforto dessas mães, o Estado prefere por comodidade fazer os partos lá. “Hoje, o cidadão paulistano pode escolher o local de nascimento de sua criança ao contrário do ferrazense, o que é um absurdo”, diz indignado Willians do Gás.
Em função da descoberta de que o governo estadual não demonstra interesse para, finalmente, vai retomar o atendimento na maternidade do Hospital Regional, o vereador ferrazense pretende fazer um movimento regional para cobrar um posicionamento oficial do Palácio dos Bandeirantes. “As nossas mães não aguentam mais tanto sacrifício e, portanto, a Secretaria Estadual da Saúde tem de restabelecer a unidade neonatal o quanto antes”, alerta (foto) Willians do Gás. Ele visitou o Regional, na quarta-feira, dia 26, e pôde constatar o espaço fechado mesmo já concluído a sua reforma física. No fundo, o povo cansou das promessas que o local seria reaberto em poucos meses. Em atividade, o número de partos poderia chegar a 220 por mês.
Em julho, em meio à pressão política de autoridades locais e regionais, o secretário David Uip esteve na unidade e, na época, garantiu que a pediatria voltaria a atender dentro de 45 dias, o que mais uma vez não se confirmou até agora, já que, na visão do Palácio dos Bandeirantes, a moradora de Ferraz pode muito bem continuar sendo atendida fora da sua cidade. Antes, em abril, o caso fora levado para eventuais providências do Ministério Público (MP) pelo vereador Claudio Ramos Moreira (PT). Além disso, o petista acionou a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), no Ibirapuera, mas, essas ações ainda não surtiram muito efeito prático.
Por Pedro Ferreira.
