Com frota mínima e equipe médica reduzida, Samu agoniza

Apesar de sua importância para a sociedade em geral, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Ferraz de Vasconcelos (foto) está sendo prejudicado no dia a dia por falta de manutenção de sua frota de ambulâncias. O drama em relação aos veículos parados do órgão foi revelado em audiência pública em fevereiro deste ano pelo próprio secretário da Saúde, Marco Aurélio Alves Feitosa. Na época, dos cinco carros a metade não estaria funcionando incluindo a chamada ambulância reserva, mas agora somente uma viatura realiza o transporte de vítimas.

Em razão da gravidade do assunto, a Câmara Municipal aprovou, por unanimidade, um requerimento na sessão ordinária, na segunda-feira, dia 5. Nele, a Casa cobra explicações do Poder Executivo. Em resumo, a instituição quer saber quando será feito o conserto das ambulâncias quebradas que contribuem para deixar o atendimento deficitário. Autor do pedido de informações, o vereador Claudio Roberto Squizato (PSB) disse que a situação representa um verdadeiro risco a vida dos moradores, já que o Samu atua no socorro de pacientes.

Para ilustrar bem o quadro caótico em que se encontra o atendimento na unidade, ele cita que há cerca de dez dias um munícipe precisou ser socorrido pelo Corpo de Bombeiros porque existe apenas uma única ambulância em funcionamento, porém, a mesma estava na rua atendendo outra ocorrência. Além disso, para piorar ainda mais a situação vexatória, os contratos de nove médicos venceram e não foram renovados pela municipalidade. Com isso, hoje, o serviço é feito por cinco profissionais. Por isso, a saída é fazer a contratação por meio de um processo seletivo.

Além de não contar com a sua equipe médica completa, o órgão também passa por um problema crônico que é a falta de cilindros de oxigênio. Na realidade, de acordo com Claudio Squizato (foto), o contrato com a empresa White Martins acabou e até o presente momento não foi viabilizada a permanência da mesma ou a contratação de outra prestadora do serviço tão essencial à sobrevivência do paciente. Para passar a limpo o assunto, o vereador já apresentou um requerimento que poderá ser aprovado na próxima sessão ordinária, na segunda-feira, dia 12, a partir das 18h.

                                                         Risco

Implantado no município, em 2009, o Samu é mantido em parceria entre a Prefeitura da cidade e o Ministério da Saúde. Porém, após uma auditoria o órgão não obteve sucesso na sua avaliação e a União suspendeu o repasse mensal de cerca de R$120 mil. Na vistoria, os técnicos encontraram irregularidades nas instalações físicas e nas condições de trabalho dos servidores. Além disso, o governo federal exige uma oficina de manutenção própria da frota de ambulâncias. Enfim, a cidade pode estar na iminência de perder o serviço.

Por Pedro Ferreira, em 07/06/2017.