De posse do material proveniente da quebra do sigilo fiscal dos médicos Jorge Cury e Thauane Nunes Ferreira enviado pela Justiça no final do mês passado, a Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Câmara Municipal de Ferraz de Vasconcelos que apura o chamado “Escândalo dos Dedos de Silicone” por profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), vive agora a expectativa de iniciar, finalmente, o seu relatório final, em breve. Já na segunda-feira, dia 07, o seu presidente (foto) Roberto Antunes de Souza (PMDB) pediu a prorrogação dos trabalhos por mais 90 dias.
Segundo ele, a elaboração do relatório conclusivo ainda não começou porque a CEI do Samu aguarda também a volta do seu relator, o vereador licenciado por motivo de saúde, Antonio Carlos Alves Correia (PSD), o Tonho, o que deve ocorrer nos próximos dias. Com isso, Roberto de Souza acredita que será possível finalizar o trabalho de investigação contra a suposta irregularidade na marcação de ponto eletrônico por médicos do Samu descoberta pela Guarda Civil Municipal (CGM), em 10 de março do ano passado. Ao todo, a CEI ouviu cinco médicos implicados, 13 servidores do Samu, três do DRH da Prefeitura e dois do da pasta da Saúde.
“O relator desempenha um papel muito importante no processo de apuração e, neste caso, estamos dependendo do retorno do colega Tonho”, diz Roberto de Souza. Além disso, ele acrescentou que o procedimento precisa ser feito com máximo de cuidado para evitar falhas, por isso, o presidente reitera que não está preocupado com a questão tempo. Apesar de a CEI do Samu ter sido criada há mais de um ano e, portanto, está sujeita ao descrédito, Roberto de Souza sustenta que o essencial é produzir uma investigação correta e justa. “O nosso compromisso é com a verdade”, garante.
A morosidade da Justiça em encaminhar os dados do sigilo fiscal de Jorge Cury e de Thauane Nunes também contribuiu para retardar o andamento da CEI do Samu, mas, o presidente acha compreensível a demora do Poder Judiciário por conta da grande demanda em geral. “Enfim, reputamos de suma importância termos acesso a movimentação financeira e a relação de bens declarados pela dupla de acusados nos últimos três anos. Desta forma, vamos poder fazer o cruzamentos dos dados e comprovarmos se houve ou não alguma evolução patrimonial incompatível com os rendimentos dos dois no período”, atesta Roberto de Souza.
Em andamento
Vale ressaltar que devido à complexidade da apuração do “Escândalo dos Dedos de Silicone” que repercutiu no Brasil e no mundo, nenhum dos processos de investigação instaurados pela Polícia Civil, Ministério Público (MP), Conselho Regional de Medicina (CRM) e pela Prefeitura Municipal foram concluídos até o presente momento. Apenas o levantamento do Ministério da Saúde foi finalizado, porém, o seu teor é mantido em sigilo.
Por Pedro Ferreira.
