Para chamar a atenção da sociedade ferrazense sobre o assunto e, ao mesmo tempo, colocar o problema no centro do debate, uma campanha de conscientização sobre o transtorno de acumulação (foto) deverá fazer parte do calendário oficial de Ferraz de Vasconcelos em breve. O alerta poderá ser realizado anualmente na segunda quinzena de janeiro de cada ano. A meta é estabelecer diretrizes para a promoção de políticas públicas voltadas a atender pessoas com esse tipo de comportamento na cidade.
Para tanto, a Câmara Municipal aprovou em primeira discussão o projeto de lei que institui a campanha de conscientização sobre o transtorno de acumulação ou disposofobia, na sessão ordinária, na terça-feira, dia 25. Agora, o texto de autoria do vereador Claudio Ramos Moreira (PT) espera ser votado em segundo turno, o que poderá ocorrer na próxima terça-feira, dia 2, a partir das 9h, para ser sancionado pelo Poder Executivo.
De acordo com a matéria, o evento preventivo inclui promover discussão entre os agentes públicos municipais a respeito do acúmulo de objetos e animais em casa, com a finalidade de criar ações multissetoriais de proteção integral a pessoas que sofrem da doença e, se necessário, também estender aos seus familiares. Para Claudio Ramos, não adianta apenas o setor público atender o munícipe nesta condição degradante de forma isolada como infelizmente acontece no momento.
Segundo ele (foto), hoje, o problema reflete, sobretudo, no trabalho realizado pelo pessoal do Ambulatório de Saúde Mental situado nas dependências da Unidade Básica de Saúde (UBS), na Vila Santo Antônio. “Na verdade, os profissionais sentem a demanda, porém, reconhecem que fornecer somente o apoio psicológico não é suficiente para resolver o drama dos acumuladores”, diz. Na atualidade, são cerca de 30 casos acompanhados no setor.
Experiência
Por sua vez, o vereador David Francisco dos Santos Junior (PSD), o David Junior, parabenizou o colega petista pela iniciativa. Ele acrescentou que conhece muito bem o drama por morar próximo de um acumulador. “No fundo, essas pessoas vivem em um mundo próprio e esquecem o restante da sociedade. Enfim, se transformam em moradores em situação de rua dentro da sua própria residência”, alertou. O parlamentar Jobson Joviano do Carmo Filho (PSB), o Dr. Jobson, também abordou o tema.
Por Pedro Ferreira, em 26/04/2024.